Marina está
de volta e também quer o meu voto pra presidente da República. Talvez até
tenha, dependendo de como este quadro todo que venho descrevendo aqui há duas
postagens seja afinado. Neste momento tenho um pouco de pena de Marina Silva:
acho que a candidata perdeu o lugar no
bonde da correção político-moral e neolacerdista pro Presidente Joaquinzão, que
é muito mais enfático e emocionalmente midiático do que ela quando se trata de
mostrar que, como é que diz? “tentamos com Lula, não deu certo, e vamos seguir
adiante tentando de novo”. Não deu certo pra quem? Pergunte àqueles 30 milhões
quando você cruzar com qualquer representante deles pelas ruas.
Enfim, Marina
era o novo em 2010 mas não o será mais em 2014: até em termos de raça ela terá
um concorrente de peso, que é Joaquim. E enquanto ele fala grosso, bate o
martelo na mesa e manda quem discorda arcar com as consequências, ela tinha
aquela aparência frágil, aquele ar de Gandhi, aquela aura de espírito
desencarnado incorporado nos umbrais dos conchavos brasilienses. Não dá pra
competir, mas dá pra aliar: quem sabe os dois não formam um novo partido, um
Partido Justicialista à brasileira, e saem em dobradinha? Aí até pode ser.
Joaquim manda, Marina obedece e o país diz amém. É votar e arcar com as consequências.
Razão pela
qual, quanto mais eu rumino esse cardápio em evidente formação, mais meu voto
diz não a todos acima. Todos querem meu voto, todos querem mandar no Brasil.
Nenhum quer ser mandado pelo país. Só Lula agiu assim, teve a grandeza de
entender seu papel histórico e se fazer pequeno diante das imensas
necessidades nacionais represadas e
tentar dar vazão a ela em meio ao cipoal político que as coalizões e as
oposições de sempre – parlamentares ou não – lhe colocaram, e continuam
colocando no caminho. Todos querem meu voto, mas ninguém me pergunta quem meu
voto quer: e ele quer Lula, novamente. Se não der, vamos ver quem, sem
entusiasmos por parte do meu título eleitoral, melhor se apresenta.
*Essa série de postagens foi escrita
há três dias e sendo postada aos poucos: mal sabia eu que o precipitar dos
acontecimentos levaria Lula a sugerir que pode, sim, se candidatar novamente à
Presidência da República, e não apenas ao governo de São Paulo, como já foi
sugerido. Mais um motivo pra eu reafirmar: todos querem meu voto, mas meu voto
quer Lula antes de qualquer um.
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