Rose está em todas capas de revista. Rose está em todas as manchetes de jornal. Rose está em todas os cafés políticos, todas as rodas de conversa. Rose está no texto de todos os colunistas. Rose está em todos os faces e tuites. Rose está nas paradas. Rose está nas baladas. Rose está em todas as barricadas. Logo, logo Rose estará nas faixas, nos protestos, nas ondas e ondas e ondas de muitas vassouradas. Rose estará no potcast da rádio-notícia, Rose estará nas retrospectivas do ano, Rose fará tremer o chão nas máscaras mais originais do carnaval. Rose e Joaquim, os mascarados, dançando lado a lado.
Mas justiça
seja feita a Rose e a quem gravita em torno dela: porque Rose também está em
todos palácios, sejam federais,
estatuais ou municipais. Rose está em todos os partidos. Rose está em
todas as igrejas políticas. Rose é uma tradição do poder, um emblema simbólico
do tudo-pode. O vigésimo-terceiro ministro ou secretário que existe mas, para que possa ter valor de face, nunca deve mostrar o rosto. Rose é a que é sem nunca se deixar ver, mas sempre se dando por conhecer. Rose é a eminência rosa sem ideologia necessariamente professa, o elemento humano
que desorganiza a harmonia das propostas, o erro que turva – mais à sua maneira
torna mais rica – a biografia do candidato a mito. Há a Rose discreta e a Rose
ostensiva; a Rose Mary e a Rosa Maria; a Rose que se pretende influente e a
Rose que opera na sutileza elegante – não importa, Rose é sempre Rose,
independente do patrono e de sua filiação programática (quando houver, claro).
Rose é como
aquela profissão: sempre houve, sempre haverá. Essas permanências que desafiam
a cultura, a revolução sexual, a sífilis e a Aids, a minissaia e até o ficar.
Apenas,
nunca antes na história deste país convinha expor a Rose. Agora, é conveniente.
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