De Muirakitan a Fritjof Capra, de Padura a Oliver Sacks, foram muitas e diversas as vozes que me distraíram da crise em 2015
Nem os agraciados do Enem, tampouco os aprovados para o Oscar. Antes que janeiro feche as portas, é preciso que o Leitor Bagunçado aqui - o apelido auto-aplicado, para os recém-chegados no blog, decorre de autopiadas feitas no Twitter em priscas eras - precisa fazer cumprir uma outra tradição em forma de lista: publicar a relação dos livros que leu no ano anterior; aquela mesma que pode ser consultada a qualquer hora enquanto o tempo escorre na ampulheta lá na template da Hamaca, o blog irmão (neste 2016 já temos dois registros).
Pois bem, em 2015 não houve crise na economia decodificativa do Leitor Bagunçado. Manteve-se o caos (com exceção da trilogia de Lira Neto, notável sobretudo no volume 2, pra se entender como se engendra uma ditadura; e isso é mais sutilmente e menos organizadamente do que se supõe; eis pra mim o grande mérito da série biográfica); regatou-se antigos autores (como sempre, de vulgares reputações, mas fazer o quê, se o vínculo sentimental é maior que tudo?); leu-se ao léu como convém à justificativa da alcunha.
Assim a título de avaliação mínima desse balaio de escritos, pode-se dizer que Leonardo Padura e Amos Oz foram boas descobertas, que uma releitura de J. D Salinger veio bem a calhar nesses tempos de desinteligência obtusa, que Oliver Sacks merece continuar sendo explorado em sua feliz mistura de ciência, letras e senso de humanidade, que Morris West será sempre uma lembrança recorrente, que Fritjof Capra precisava ter sido lido há mais tempo (mas combinou bem com minha crise de hérnia de disco), que Fernando Morais continua fera (e me deu assunto pros papos com meus amigos cubanos do Mais Médicos de Acari-RN), que é uma emoção a cada página ler Muirakitan Macedo contando pra cada seridoense a nossa própria história e finalmente que José de Alencar é mesmo aquele potentado, com já alertava há mais de vinte anos o saudoso Ariano Suassuna. Direto à lista, sem mais quês e tais:
. GETÚLIO 3 - Lira Neto
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